Como escolher o melhor concurso para o seu perfil
Com tantos concursos públicos acontecendo no Brasil — para diferentes áreas, níveis de escolaridade, salários e funções — é comum ficar perdido na hora de decidir em qual concurso focar os estudos. Essa escolha pode parecer simples, mas é uma das decisões mais importantes da sua trajetória como concurseiro.
Afinal, estudar sem foco ou tentar abraçar todos os concursos ao mesmo tempo só atrasa sua aprovação. Por isso, neste artigo, você vai aprender a identificar qual concurso combina com o seu perfil, com base em fatores como estilo de vida, aptidões, metas profissionais e rotina.
Por que escolher um concurso-alvo?
Muita gente começa a estudar pensando: “qualquer concurso serve”. Mas isso é um erro. Cada certame tem exigências específicas — e tentar estudar para todos ao mesmo tempo é uma receita para o fracasso.
Escolher um concurso-alvo permite:
- Foco em disciplinas específicas
- Melhora do desempenho nas matérias da banca correspondente
- Organização da rotina de estudos com base no conteúdo programático real
- Maior chance de aprovação em menos tempo
Agora, vamos aos passos práticos para escolher o concurso ideal.
1. Analise seu nível de escolaridade
O primeiro critério é simples: qual o seu nível de escolaridade atual?
- Nível médio: há muitas oportunidades, especialmente em áreas como segurança pública, tribunais, INSS, IBGE, prefeituras, e cargos administrativos.
- Nível técnico: concursos específicos para técnicos de enfermagem, técnico em informática, técnico administrativo, entre outros.
- Nível superior: concursos de analista, auditor, fiscal, jurídico e áreas de gestão.
Essa filtragem inicial já elimina diversas opções que não são compatíveis com sua formação atual.
2. Avalie a área de atuação com a qual mais se identifica
Você se vê mais em um ambiente administrativo, policial, técnico, educacional, fiscal ou jurídico? Conheça as principais áreas:
- Área Administrativa: cargos como assistente e analista em órgãos públicos. Ex: INSS, IBAMA, ANVISA.
- Área Policial: PM, Polícia Civil, PRF, PF. Exige preparo físico e psicológico.
- Área Jurídica: cargos como técnico ou analista judiciário, oficial de justiça, promotor, defensor. Exige formação em Direito (em alguns casos).
- Área Fiscal: Receita Federal, Secretarias da Fazenda. Salários altos, matérias exigentes.
- Área de Tribunais: TRT, TJ, TRE. Cargos bem remunerados, bom ambiente de trabalho.
- Área Educacional: professor, pedagogo, técnico em educação.
3. Pesquise o dia a dia da profissão
É essencial entender o que você realmente vai fazer no cargo. Pergunte-se:
- Qual será minha rotina?
- É um trabalho de campo ou de escritório?
- Exige contato com o público?
- O ambiente é mais técnico, burocrático ou operacional?
Procure vídeos e depoimentos de pessoas que já trabalham naquela área. Assim, você evita cair em uma carreira que não tem nada a ver com o seu perfil.
4. Entenda o estilo da banca organizadora
Cada banca tem um estilo de prova. Algumas cobram interpretação mais profunda, outras são mais objetivas e diretas.
As principais bancas e características:
- FGV: textos longos, questões interpretativas e complexas
- CESPE/Cebraspe: certo ou errado, exige domínio do conteúdo e atenção
- FCC: questões diretas, mas bem elaboradas
- VUNESP: linguagem acessível, bem tradicional
- IBFC, AOCP, Quadrix: provas mais simples, ideais para iniciantes
Descubra qual banca organiza os concursos da área que você quer e veja se o estilo combina com você.
5. Verifique o salário, benefícios e carga horária
Embora não deva ser o único fator, a remuneração pesa na escolha. Mas também avalie:
- Carga horária semanal
- Jornada de trabalho (plantões? turnos?)
- Possibilidade de home office
- Benefícios como plano de saúde, vale-alimentação, estabilidade
Às vezes, um cargo com salário menor pode oferecer mais qualidade de vida — o que também conta muito.
6. Avalie a concorrência e a frequência dos concursos
Alguns concursos são muito concorridos e não acontecem com frequência. Outros são abertos todos os anos ou a cada dois anos.
Exemplo:
- INSS, IBGE, prefeituras: concursos regulares, com muitas vagas
- Receita Federal: edital demorado, alta concorrência, conteúdo pesado
- Polícia Militar e Civil: abrem quase todos os anos em muitos estados
- TRTs e TJs: geralmente têm excelente relação custo-benefício (nível médio e superior, bons salários, menos concorrência que fiscais ou federais)
7. Considere sua rotina e tempo disponível para estudar
Concursos da área fiscal e jurídica exigem uma preparação mais longa e intensa. Já concursos como INSS, tribunais e prefeituras, embora também exigentes, podem ser mais acessíveis para quem tem menos tempo.
Se você trabalha, tem filhos ou outras obrigações, talvez seja melhor começar por um concurso de nível médio ou técnico com conteúdo mais objetivo, e ir avançando com o tempo.
8. Faça uma lista comparativa
Monte uma tabela com os concursos que você está considerando e compare:
Concurso | Escolaridade | Área | Salário | Frequência | Banca | Conteúdo extenso? | Possui redação? |
---|---|---|---|---|---|---|---|
INSS | Médio | Adm. | R$ 5.000 | A cada 2 anos | Cebraspe | Médio | Sim |
TRT | Médio/Sup. | Tribunal | R$ 7.500 | A cada 3 anos | FCC | Médio | Não |
Receita Federal | Superior | Fiscal | R$ 21.000 | Irregular | ESAF | Extenso | Sim |
PM-SP | Médio | Policial | R$ 3.800 | Anual | VUNESP | Médio | Sim |
Use essa tabela para refletir com mais clareza.
O concurso ideal é aquele que se encaixa na sua vida
Não existe o “melhor concurso de todos”. Existe o melhor concurso para o seu momento, seus objetivos e seu perfil. E não há problema algum em mudar de foco ao longo da jornada, desde que isso seja feito com consciência e planejamento.
O mais importante é escolher um foco, montar uma estratégia e começar a estudar com consistência. O tempo vai passar de qualquer forma. Que ele passe te levando na direção da sua vaga pública!
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